Parlamentar incentiva debates em relação a criação de um zoneamento que contemple a todos e gere ainda mais oportunidades e crescimento
Na visão do vereador Tiago Cadó (PDT), a inauguração do primeiro Free Shop de São Borja é um divisor de águas para a economia local. O investimento feito pelo Grupo Baklizi, detentor da rede Brasil Free Shop, chega à cidade com a geração de pelo menos 50 empregos diretos e a oferta de produtos das linhas de eletrodomésticos, bebidas e gêneros alimentícios com preços bastante atrativos para o consumidor final. Isso posto, em seu discurso na tribuna da Câmara, nesta segunda-feira, dia 29, Cadó celebrou a abertura do empreendimento no município. Por outro lado, o parlamentar destaca que tem recebido, nos últimos dias, manifestações apreensivas e receosas de inúmeros empreendedores locais.
Neste contexto, Tiago Cadó defendeu que se iniciem debates para eventual criação de um zoneamento que permita melhor convivência entre os Free Shops e os negócios locais. Conforme o vereador, no período que antecede a Páscoa, uma barra de chocolate importado no Free Shop custa cerca de R$ 17,00. O mesmo produto é encontrado por aproximadamente R$ 30,00 em um comércio local, ou seja, cerca de 76% de acréscimo no item, a poucos metros de distância. “Não se trata de criticar os Free Shops, muito pelo contrário, precisamos buscar investimentos para gerar emprego e renda, mas é preciso que, nós vereadores, tenhamos a coragem de debater, ouvir e propor a indicação de zonas específicas para fomentar os Free Shops e, ao mesmo tempo, proteger o comércio formal local”, comenta.
Na avaliação de Cadó, deste modo, São Borja poderia ser ainda mais beneficiada. Isso ocorre, segundo ele, porque, ao delimitar zonas não centrais para a instalação destes empreendimentos, além de preservar os negócios locais, o município estaria estabelecendo uma verdadeira política de desenvolvimento socioeconômico e de urbanismo regional em determinados bairros da cidade que seriam potencializados e redescobertos com a presença dessas empresas, à exemplo do que ocorreu na cidade de Encarnación, no Paraguai.
“Este é o atual modelo de urbanização e de mobilidade urbana empregado em todo o mundo, ou seja, descentralizar o comércio e o setor produtivo, deslocando as estruturas físicas para os bairros, com o objetivo de urbanizar regiões esquecidas pelo desenvolvimento econômico e de aproximar os empreendimentos dos locais da cidade onde está a maior parte da mão de obra. Esta alternativa, por si só, também contribui com melhorias para o fluxo de trânsito e os custos de transporte dos trabalhadores. Trata-se de algo que não atrapalha em nada o potencial dos Free Shops para atrair consumidores e, no pós pandemia, tornarem-se vetores para o turismo de compras em nossa cidade”, resume o vereador.
Para tanto, explica Tiago Cadó, é necessário que a Câmara de Vereadores cumpra o seu papel de Casa dos grandes debates e discuta se há necessidade de se alterar o atual zoneamento, previsto pela Lei 4.988/2014, que designa as chamadas Zonas Comerciais 1 e 2 do Plano Diretor para estes empreendimentos. No entanto, destaca o parlamentar, antes de qualquer movimentação, é necessário estabelecer um amplo diálogo com as associações comerciais e entidades representativas do setor, assim como os comerciantes locais, já bastante penalizados em razão da pandemia. "Não podemos simplesmente achar que está bom desta forma ou que tem de mudar. O que precisamos, de fato, é conversar para encontrar uma alternativa que contemple a todos, sem prejudicar ninguém, e que nos permita vislumbrar sempre um futuro melhor para nossa cidade, com mais oportunidades e crescimento", conclui.
Fonte: Assessoria Parlamentar.